T-34/57 Tank Destroyer

Maquette 3503- escala 1/35

autor: Marcos Serra (Panzerserra)

panzerserra@gmail.com   

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HISTÓRICO

T-34/57 Tank Destroyer

Em 13 de junho de 1940, o Presidente do Conselho de Segurança da União Soviética, S.Timoshenko emitiu um relatório ao Comitê Central do Partido Comunista e ao SNK "... sobre o insuficiente poder de fogo do armamento dos tanques KV e T-34 e dos outros tanques em estudos".

No dia 27 de junho foi criada uma Seção especial do SNK para a resolução deste problema. Foi reconhecido que o poder de fogo dos canhões de tanque de 45 mm era insuficiente e que este calibre não oferecia mais nenhuma perspectiva de melhora. Para substituí-los, deveriam ser desenvolvidas novas armas de 55 ou de 60 mm.

 

O Canhão de Tanque ZIS-4 de 57 mm

Nesta época, o Escritório de Desenvolvimento Grabin já estava trabalhando em um canhão antitanque de 57 mm (ZIS-2). Foi ordenado que se desenvolvesse uma variante deste canhão para uso em tanques, mas Grabin já estava desenvolvendo, por conta própria, estudos de viabilidade neste sentido.

Figura 1- Canhão de alta velocidade 57 mm, em teste de bancada

 

O Destroyer T-34/57

A construção do primeiro protótipo do canhão de tanque de 57 mm foi ordenada em setembro de 1940, mas até dezembro as adequações de fabricação estavam lentas por causa da produção em massa e das melhorias no canhão de tanque F-34 de 76,2mm. Isto sobrecarregava as fábricas de armas. Não obstante, no princípio de dezembro de 1940, o primeiro protótipo do canhão de tanque de 57 mm foi fabricado. Até o fim de março de 1941, o canhão foi montado sobre meias-lagartas ou tratores e submetido a testes de fábrica.

Em abril de 1941, o canhão foi montado em um T-34 de produção e enviado ao ANIOP para ensaios no Campo de Testes de Sofrino.

Figura 2- Protótipo de T-34/57 - early model

Estes ensaios revelaram uma vida extremamente curta do cano do canhão, que superaquecia depois de 100 a150 tiros, além da baixa precisão de tiro. Em de julho de 1941, um canhão melhorado, nomeado ZIS-4, foi instalado em umT-34 e testado novamente no Campo de Testes de Sofrino. Os testes foram um sucesso e arma foi recomendado para produção, apesar de seu alto preço. O ZIS-4 era caro principalmente por seu longo cano, mas apesar de seu preço, o canhão foi aceito para serviço por causa de alta prioridade de armas anti-tanques poderosas. A intenção era que o ZIS-4 rearmasse alguns T-34 de produção para converter estes tanques em "Caça-Tanques" T-34/57.

Seguindo as ordens do NKV, o ZIS-4 entrou em produção em massa na Fábrica de Armas nº 92. A produção de massa desses canhões começou em agosto de 1941. Em setembro, a produção foi diminuída e em dezembro de 41, cancelada. Isto aconteceu pela escassez de munição de 57 mm e pelos custos de produção do canhão.

De acordo com relatórios do Ministério de Munição (Narkomat Boepripasov), em 1941 a Fábrica nº 92 fabricou 133 ZIS-4 canhões. Até a evacuação, a Fábrica de Tanques KhPZ recebeu 21 canhões para rearmar T-34s de produção. A Fábrica de Tanques STZ recebeu 20 canhões.

O projeto do canhão de 57 mm foi retomado em 1943, quando ficou evidente que as armas existentes não podiam combater os tanques alemães pesados. Em maio de 1943, o T-34 Destroyer e o KV Destroyer foram novamente aceitos em serviço. Eles estavam armados com o canhão ZIS-4M modernizado que se distinguia de seu modelo básico por:

- um novo bloco de culatra, que foi unificado com o F-34, ZIS-2, ZIS-3 e ZIS -5;

- o mecanismo semi-automático do bloco de culatra simplificado e

- o vedamento do bloco de culatra aperfeiçoado.

 

O ZIS-4 não tinha mira panorâmica. O T-34/57 foi um dos primeiros tanques que receberam o periscópio de mira MK-4. O tanque também não apresentava uma cúpula para o comandante. Especialmente para o combate contra os tanques pesados alemães, os tanques-caçadores tinham projéteis perfuradores de blindagem especiais, com velocidade de boca de 1010 m/s. Porém, o uso desta munição especial diminuía a vida do cano significativamente. Assim, depois de fabricar uma pequena quantidade (menos de 2800 projéteis, no total), essa munição foi removida da produção em massa e retirada dos estoques do Exército Vermelho.

 

O T-34/57 Destroyer em Ação.

Os "Caça-Tanques" da primeira fabricação participaram da Batalha de Moscou em 1941-1942. Em particular, havia 10 T-34/57 na 21ª Brigada de Tanques, formada em Vladimir.

No dia 14 de outubro, a Brigada foi deslocada para a Estação Ferroviária de Demidov e um dia depois receberam ordens para avançarem sobre Turchinovo-Pushkino-Troyanovo e executarem um ataque de flanco nas tropas alemãs estacionadas perto de Kalinin. O Comandante E. Gmurya dirigiu seu tanque ao longo da rodovia Volokolamsk de encontro a uma grande coluna de caminhões alemães. Ele destruiu a coluna inteira de caminhões.. Depois disso, o tanque se dirigiu a um aeroporto alemão e destruiu um bombardeiro pesado em terra. Logo após, o tanque foi abatido por um canhão antitanque alemão. Nesta batalha, dois tripulantes morreram. O Comandante Gmurya e o sargento Ishenko escaparam ilesos e se reuniram ao Exército Vermelho.

Depois de quatro dias, a 21ª Brigada de Tanques destruiu 3 carros staff, aproximadamente1000 soldados, 34 tanques, 210 caminhões e 31 canhões. A Brigada perdeu seu chefe - Herói da União Soviética Major Lukin

Figura 3- Tanque onde morreu o  Major Lukin, Herói da União Soviética, nas cercanias de Moscou, 1941

... e o comandante do 1º Batalhão, Herói da União Soviética Capitão Agibalov. Por volta de 25 de novembro, todos "Caça-tanques" da 21ª Brigada de Tanques estavam perdidos.

Os Caça-tanques T-34/57  novos re-apareceram no front em agosto de 1943. Eles foram agregados a "Companhia Especial de Tanques 100". Esta companhia tinha 3 T-34/57 no seu primeiro pelotão de 15 de agosto a 5 de setembro de 1943. Infelizmente, durante todas essas semanas, a Companhia só encontrou uma vez tanques alemães, mas neste dia, o 1º Pelotão era reserva e não houve a batalha. Assim, os Destroyers não puderam provar o valor de suas armas contra os tanques alemães. Não obstante, o Comandante daquela Companhia, Capitão Volosatov e o Delegado do GABTU Coronel Zaitzev, elogiaram muito o T-34/57, depois de observarem práticas de tiro em tanques alemães abatidos e em bunkers e casamatas.

A principal desvantagem do ZIS-4 e do ZIS-4M era a baixa qualidade dos projéteis de alto-explosivo (HE) que utilizavam: ou eles explodiam parcialmente ou não explodiam. Outro problema era a pequena quantidade de explosivo que um projétil de 57 mm podia carregar.

Durante 1943, a Fábrica nº 92 fabricou 172 canhões ZIS-4M, sendo sua produção cancelada em favor dos canhões de 85 mm. De acordo com o relatórios de fábrica, em 1944, foram fabricados 19 canhões ZIS-4Ms adicionais, talvez, para conserto de alguns Destroyers ainda existentes.

Escolhi o modelo do Major Lukin, para montar o meu T-35/57 Destroyer:

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O KIT

Adquiri este kit pelo inusitado do modelo. Confesso que nunca tinha ouvido falar de um T-34 Destroyer e fui fazer uma pesquisa....

Como me pareceu uma mosca-branca, lá foi o senhor Panzerserra (e suas coisas esquisitas...)ir atras do modelo. Adquiri este kit na Alanger, dos estados Unidos. Após ele chegar, atualizei meu histórico dele ( que não é muito e a fonte citada pelo Augusto já estava em meus alfarrábios eletrônicos..) e lá fui eu me meter em outro projeto de montagem obscuro...

O kit vem acondicionado em uma caixa de papelão resistente, típica desta marca. Ao romper o plástico, fui agraciado com um monte de peças em árvores soltas, sem bag de proteção ou outras mordomias. Nestes tempos de 3 em 1 e photo-etched para cá e para lá, parece até um kit tosco, mas bem injetado, sem rebarbas "agressivas" ou falhas de fundição.

A primeira coisa que fiz ( e sempre faço...) é abrir o manual de instruções e ver o que me espera...

Este manual é bem completo, parecido com uma folha de papel almaço, com a descrição das duas versões possíveis de serem montadas ( 2 em 1), inclusive com canhões,manteletes, escotilhas e rodeiros diferentes. Um kit com diversas opções de montagem:

Aqui se evidencia que sobra um bocado de peças, contribuição riquíssima a minha caixa de sucatas.....Bem precioso e "inemprestável", que guardo sob 7 chaves....

As instruções são claras e objetivas, embora meu cirílico ainda esteja um pouco enferrujado....

As duas versões disponíveis, como já disse, são de um protótipo e de um tanque operacional ( white 20 - Major Lukin). E, é claro, vou fazer o meu modelo como uma réplica deste operacional...(Morte aos Fascistas !!!)

 

MONTAGEM

Comecei a montagem pelo trem de rodagem, destacando as rodas utilizadas pelo modelo escolhido. Após limpar todos os rodeiros (plástico macio, gostoso de se trabalhar e de raspar com a ponta do bisturi), passei para a montagem do casco....

As instruções pedem para se arrancar os detalhes da fiação dos faróis laterais...Uma pena, pois a marcação é muito bem feita. Parece que este casco é compartilhado com um modelo mais "late" de T-34 da Maquette:

Este trabalho é feito com lâmina de bisturi 15 em cabo de bisturi nº 3... Mão firme e cuidado para não arranhar a bonita textura da chapa...A porção "raspada" deve ser "corrugada" com auxílio de cola-líquida ou fusora (Cloreto de metileno, o Sagrado Leite da Deusa-Mãe)...

Com a montagem evoluindo, começo a descobrir os defeitos do kit.

O plástico apresenta diversas marcas de injeção e peças mal dimensionadas, o que requer EXTREMA atenção e cautela por parte do modelista e diversos dry-runs para evitarmos as famosas "ratas"

Vejam este exemplo de um erro crasso:

Marcas de injeção na porção externa e visível do lower-hull do tanque:

Ainda bem que o plástico é extremamente macio e fácil de se cortar. O bisturi ajusta com suavidade todos os excessos. Outro exemplo de erro grosseiro, desta vez mais grave:

As instruções mandam cortar o casco no lugar errado !!!!!

Se não é a atenção e o dry-run, lá se vai o casco do kit para o brejo. Reparem nas instruções:

Fica nítida a instrução e a ordem de se cortar uma tira de 3mm da porção POSTERIOR da blindagem de ré do casco....(veja a seta acima). Só que o correto é se cortar a blindagem FRONTAL e não a de ré:

Achei esta falha extremamente grave, pois pode acarretar na perda do kit. Isto já me deixou com os cabelos da nuca arrepiados...lá se foi a confiança que tinha nas instruções do kit...

Mas como o gostoso é , justamente, o desafio, vamos lá...Mal sabia que o T-34 ainda me reservava mais surpresas....

Cortando a porção indicada,. Voce pode usar uma pequena serra para isso:

 Medindo o corte de 3 mm da porção inferior da blindagem frontal:

...e cortando a parte superior da front-glacis (7mm):

Após a colagem de uma peça de união nesta região e de usar 2,87 Kgs de putty na porção inferior para tapar as gretas, passei para a construção da torreta, etapa esta sempre muito prazeirosa na montagem de um tanque....

E, como eu já tinha dito, o T-34 me aprontou mais uma:

O plástico no anel de apoio da torreta deixava vãos enormes entre a torre e a parte superior do casco. Tive de fabricar uma peça em estireno, de 1 mm de espessura, para poder fazer uma adaptação mais "decente". Com um compasso de ponta-seca, cortei um anel de plasticard e colei na porção inferior da torreta, de maneira a "retificar" a face da torreta em contato com o casco....
Após a colagem desta flange, a torreta ficou assim:

Mas e as dimensões e as medidas, clamam os puristas !!!!

Simples: Cortei, no casco, o ressalto que apresentava a mesma espessura de meu plasticard, em volta do orifício da torreta...coloca de cá, tira de lá. Empate de zero a zero !!!!

Esta etapa se encerrou com o acabamento da base da torreta, por lixas e ajustes....

Resolvi montar o canhão. Como vocês viram no histórico, este 57 mm de alta velocidade apresentava um grande comprimento. E o cano feito em plástico paresentava muitas distorções e curvas, que seriam incompatíveis com a montagem deste projeto. No Mercado Internacional, existem opções, embora raras e cars (além da demora na entrega deste cano...)  O que fazer??

Torneiro mecânico da esquina !!!

O Dé Torneador  já me conhece, de minhas loucuras anteriores: peças de fusca, peças para tese de mestrado e, recentemente, matrizes de rodas e detalhes para a Panzer Resin Models....

Por que não fazer também canhões.....Eu tinha em mente um longo e elegante cano de alumínio, mas quando ele viu a relação comprimento x diâmetro, ele teve a mesma atitude dos construtores do Zis 4 original:

Niet .;..Niet.... Niet....è muito longo !!!!!!

Adeus alumínio, olá latão. Com uma hora de serviço, ele torneou esta peça que ficou muito boa !!! Por módicos R$ 20,00, fiquei super-satisfeito.....

E, como eu já estava mexendo na torreta, resolvi melhorar os detalhes das soldas das placas, com a técnica do sprue estirado:

Consiste em executarmos sprues bem finos e com o auxílio da cola-líquida (Leite da Deusa-Mãe: Cloreto de metileno....), irmos colando estas filamentos nas junções da chapa.....

Após a confecção destes "cordões" de solda, vamos dar um aspecto de "degraus" ou "dentado" nas soldas....

Neste momento, entra em cena o ferro de soldar, com uma ponta super-chata e fina adaptada em seu focinho....Mão-firme e nervos de aço para esta etapa:

Vamos marcando, com ligeiríssima pressão, no sentido perpendicular ao sprue, as marcações da solda...Aproveitei e fiz as marcações dos cortes do maçarico nas chapas do mantelete, também...

O aspecto "agressivo" destas marcações é , mais tarde diminuido, com a aplicação, por pincel, de uma camada de cloreto de metileno.... 

Reparem no canhão de latão instaldo. Ficou muito bom !!!!

Mas, continuando....

Já que eu estava com a veia do scratch, vamos scratchar mais...O kit não veio com as travas dos capos do motor. Após um estudo com lente nas fotos originais, vi que faltavam 4 travas do capo traseiro do motor.

Alumínio de lata de leite + sprue dá uma ótima trava...
Aproveitei e troquei a rede de ventilação do motor por uma metálica, que me foi enviada pelo Edílson Jaguar, lá dos EUA.... A do kit era de nylon, muito chinfrin e com aspecto de filó...Ficou assim:

 
Nesta etapa, eu já tinha sofrido com os para-lamas traseiros, que são simplesmente diferentes do que mostram as instruções: O das instruções são em duas partes (no desenho), mas as do kit são inteiriços. Se eu já tinha dúvidas com este Manual, agora todas as expectativas realmente foram desfeitas....

Outras ratas "manualísticas":

1- Posição da base da antena, não indicada corretamente....
2- O bulge da metralhadora que, neste modelo, é mais saliente e nas instruções não explica nada em como colar e/ou recortar esta peça....
Lá vamos nós com a Dremel, fazer o serviço (muito cuidado com os dedos):

 O Bulge não encaixava sobre o pre-existente no casco e a soluçao foi cortar fora o do casco.
Na montagem da metralhadora do casco utilizei a Dremmel para detalhar o cano da Metralhadora Degtiarev. Como a do kit é muito fina, o orifício sria quase impossível de ser feito....
Cortei, com disco de carborundun (CUIDADO COM A MÃO E OS DEDOS), um segmento de 1 mm de uma agulha de injeção 27g e , após afinar mais ainda o bico da Dgtiarev, encaixei o cano no plástico. Ficou legal e realista !!!!

  E para finalizar a parte da frente do tanque, resolvi montar a escotilha do motorista. O que o manual de instruções diz a respeito disto???

ABSOLUTAMENTE NADA !!!

A armação de sobrepor simplesmente não encaixa no glacis dianteiro. Verdade seja dita que estas peças são muito bem feitas, com detalhes excelentes, mas o modelo realmente requer MUITA ATENÇAO para sua montagem....
Após encaixar a tampa da escotilha, verifiquei que apenas 3 dentes da dobradiça do casco restariam...

Criei zonas de fragilidade com disco de carborundun no casco ( de novo, MUITO CUIDADO... ) e removi os excessos com lâmina de bisturi:

 

Repare que a armação da escotilha é muito bem feita, com marcas de solda incorporadas que ficam muito bem no modelo. Depois desta cirurgia, a armação encaixou perfeitamente e foi colada. Todos os detalhes destas etapas simplesmente não existem no Manual de Instruções:

 Para relaxar, resolvi fazer o detalhamento dos canos de escape. Antes, é claro, utilizando uma broca esférica, perfurei a saída dos escapes. Utilizei a técnica da cola branca + polímero de acrílico para simular a corrosão de superfície. Primeiro, colei um sprue nas traseiras dos escapes para melhorar a manipulação...

Depois, "pintei-os" com cola branca dilúida em água e deixei secar um pouco (2 minutos).  Levei o cano preparado para um banho de imersão no polímero de acrílico... O polímero é extremamente fino, dando uma granulação extra-fina na superfície, que é o que eu desejo...:

Agora, mais detalhamento....Pergunta: o que vocês fazem com aqueles araminhos de pão de forma e de sacos de lixo ???
Eles se transformam em alças de tanques......

O meu destroyer não apresenta estas alças ( ainda bem...) e resolvi executá-las com os araminhos de sacos de lixo. Primeiro, descasque os arames, dobra em "U" com alicate de ponta redonda e corte com alicate de corte....

 

 Depois, é só colar em seus respectivos locais. Macete: a cola cianoacrilato normalmente deixa um aspecto "liso" e artificial na região da colagem. Resolva isto com um banho de putty (aplicado com pincel) diluido em acetona...Dê uma pincelada geral no modelo com esta solução para "uniformizar" e melhorar o aspecto das chapas de blindagem... Mais diluido, chapa usinada...mais grosso, chapa fundida !!!

 

 Continuando o banho de putty (serve como um primer, também...) vou regularizando o meu kit. Observem a escotilha do driver montada e posicionada:

 Depois de seca esta "imprimação", é hora do banho de tinta: Duco cor verde escuro, ( de Quadro Negro ), padrão russo. Reparem no suporte do chassis , feito com 3 jacarés de eletronica e o uso de uma pinça Kelly, cirúrgica, para segurar a torreta...Ao fundo, no canto direito da imagem, o outro uso de uma barra de sabão (suporte de rodeiros...):

E falando em rodeiros, depois de secos, é hora de pintá-los, com a famosa e aclamada Técnica Panzerserra de Pintura de Rodas
Pega-se os rodeiros previamente pintados na cor do veículo desejada e espete-os em seus centros com pauzinhos de churrasco.  Com mão firme e rotacionando o pauzinho com a mão de apoio, deposite a tinta com um pincel redondo e macio , com tinta levemente diluida sobre a borracha a ser pintada, rotacionando a roda, enquanto isso... A pintura sai contínua e sem defeitos....

 Esta foto acima foi tirada por minha Gata, enquanto o Autor providenciava a obra de arte....Use cor cinza escura para as borrachas, nunca o preto.

Depois de todos os rodeiros estarem secos, fiz um dry-run ( Eu, hein...este kit já me aprontou umas boas !!!!) para verificação da suspensão e do alinhamento dos rodeiros.

Como ficou tudo Ok, vamos ao detalhamento da pintura....
Primeiro, a montagem dos escapes.... Gostei do uso do acrílico em pó...a ferrugem ficou detonante:

 Feito isto, parti para o uso de dark tones ( tinta base escurecida )para as depressões e light tones (tinta base clareada ) para as convexidades e volumes do modelo. Pintei, também, o kit de ferramentas e o colei sobre a blindagem lateral traseira do Destroyer... Os suportes das pás era meio "genérico".... Então, fiz suportes novos com tiras de alumínio:

 Enquanto o casco secava, voltei para os rodeiros e fiz um wash pesado com esmalte preto + aguarraz e , seco o wash, fiz um dry-brush com prata....

 Como vou fazer um weathering geral no kit, resolvi decalcar o modelo ( decais excelentes...) para depois "sujar" tudo com poeira ( tinta acrílica Flat Earth, bem diluída, no aerógrafo... ). Antes, apliquei a pincel uma camada de Future para "alizar" a superfície e evitar o maldito silvering da decal. Os decais foram aplicados com Decal set e Decal soft:

Observem a simetria dos decais:

 Seco o decal, outra camada de Future ( a pincel, por favor...não compliquem...) , deixar secar o Future, para fazer o weathering pesado do kit....
As lagartas (excelentes, por sinal, LBL...) ficam por último, assim como a instalação dos rodeiros e da roda tensora dianteira. Meu método de trabalho consiste na remoção dos links das lagartas das árvores e a limpeza destas peças. Estas lagartas são de EXCELENTE QUALIDADE e sua montagem deve ser feita, preferencialmente, com cola fusora :

 

Quando a lagarta se apresenta tensa, eu gosto de montar segmentos, tipo link-by-lenght. Estes tanques tipo Christie não apresentavam tanta "frouxidão" nas lagartas ( como os KV, por exemplo...) portanto, fiz a montagem por segmentos...

 Um detalhe importantíssimo: estes links apresentam ressaltos, garras, em uma das extremidades do link. Cuidado, se fores montar um kit semelhante, de alinhar estas garras harmônicamente, eu seja, garras voltadas para uma mesma direção:

 Como o encaixe destes links é muito bom, a minha opção de montagem foi o de pegar o link com uma pinça (tendo o cuidado de verificar a posição da garra e a alternância entre os links, com dente e sem dente...) e mergulhar SOMENTE a porção dos encaixes na cola fusora e promover o encaixe.

 Montei outro link, manualmente e, este conjunto, mergulhei o encaixe, novamente, para travar nas peças sobre a mesa. Não esqueça de ter uma régua para te ajudar no alinhamento.  As porções curvas das lagartas seguem o mesmo princípio:  

 Pintei as lagartas de prata ( Tinta acrílica) e fiz um wash com red brown esmalte e, depois de montadas no veículo, empoeirei toda a sua base com Flat-earth, da Tamiya. Fosqueei o kit por inteiro com nerniz fosco da Acrilex e instalei as lentes (orgânicas ao kit ) com Future, para dar transparência total aos faróis. Com isto, o kit finalmente ficou pronto. Optei em fazer um weathering leve, pois este veículo teve uma vida bem curta, desde sua fabricação até sua destruição, em 1941. Embora tenha lutado ( e bravamente...) no frio e no gelo, nem houve tempo de ser camuflado !!!!

 

CONCLUSÃO:

O kit, definitivamente, não é indicado aos novatos. Requer muita carga de trabalho para seu término, com peças que simplesmente não "conversam" entre si, além de um Manual de instruções abominável e incorreto.

 Mas foi extremamente gratificante encarar este desafio, ainda mais que é um veículo raro e com um pedigree histórico muito bem definido.

Obrigado, Senhores, pela paciência e pela audiência !!!!!

Espero que artigos como estes incentivem aos modelistas que o gostoso do modelismo é modelarmos os nossos kits....e não apenas montarmos. Nestes tempos de "tudo pronto", é gostoso transformarmos um kit sofrível em uma peça de coleção que possamos nos orgulhar.

Abraços !!

 

Marcos Serra (Panzerserra)

panzerserra@gmail.com 

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