No início da década de 30, a maior parte dos esquadrões de caça da RAF estavam equipados com os já obsoletos Bristol Buldog e Gloster Gauntlet. A especificação F.7/30, do Ministério do Ar, reconhecia que os novos caças deveriam ser mais velozes e melhores armados. Porém, a encomenda demorou quase 4 anos e meio para ser feita, e, enquanto o temor de uma nova guerra se propagava pela Europa, os biplanos revestidos com tela foram considerados obsoletos. Neste momento, quando surgiam os primeiros caças monoplanos, o Chefe de Designer da Gloster, H.P. Folland, após um estudo realizado no Gauntlet, construiu o protótipo de um novo caça biplano, o qual foi equipado com um motor mais potente, Bristol Mercury VIS, e 4 metralhadoras, sendo duas na fuselagem e duas nas asas inferiores.

Construído como modelo S.S. 37 pela Gloster, participou da concorrência da RAF para a especificação F.14.35, sendo encomendados 23 para produção imediata. Denominado Gladiator, quando de sua produção em massa, foi dotado do motor Mercury IX, carlinga corrediça fechada, flapes de resistência abaixados automaticamente, trem de pouso em catinlever com rodas internas Dowty e uma estrutura de cauda reformulada. Foram construídos 231 Gladiators Mk I, antes que a especificação F.36 introduzisse algumas alterações: um novo motor, mais potente (Mercury VIIIA com 830 hp e mistura automática de combustível a partir de uma bateria interna), partida elétrica e filtro de ar Volks, na entrada do carburador. A RAF recebeu 252 aviões desta segunda série, denominada Gladiator Mk II, os quais eram muito semelhantes ao Mk I, tendo como maior diferencial a utilização de hélices tripás Fairey Reed., muito embora alguns Mk II utilizam-se as hélices de madeira Watts, bipás. Outro modelo que surgiu do Mk I foi o Sea Gadiator, que era totalmente equipado para pousos em porta-aviões.

Os primeiros esquadrões da RAF receberam o Gladiator em fevereiro de 1937. Entretanto, logo ao início da Segunda Grande Guerra, foram substituídos nas linhas de frente pelos Hurricanes Mk I e Spitfires Mk I.

A produção total atingiu 767 aparelhos, incluindo aí 480 para a RAF, 60 Sea Gladiators e 216 exportados para diversos países: Bélgica, Egito, China, Finlândia, Grécia, Iraque, Irlanda, Lituânia, Letônia, Noruega, Portugal, África do Sul e Suécia.

O Gladiator participou de momentos importantes na Segunda Guerra, tais como a interceptação do primeiro bombardeio na Grã Bretanha ou a defesa de Malta, quando três Sea Gladiators enfrentaram a Regia Aeronáutica. Após a invasão da Finlândia, muitos Gladiators, com auxílio de voluntários suecos, combateram os caças da URSS.

Após uma longa carreira na RAF, em diferentes frontes, o Gladiators foram finalmente empregados na função de avião de reconhecimento e ligação, até serem retirados de serviço, em 1944.

Comprimento: 8,38 metros.

Envergadura: 9,85 metros.

Altura: 3,17 metros.

Motor: Bristol Mercury IX ou IXS. Gladiator Mk II: Bristol Mercury VIII, com mesma potência.

Velocidade Máxima: 407 km/h; Sea Gladiator: 394 km/h.

Armamento fixo: os primeiros 71 aparelhos eram equipados com duas metralhadoras Vickers de 0,303" na fuselagem e duas Lewis de 0,303" nas asas. Os demais aparelhos era equipados com 4 metralhadoras Brownings, nas mesmas posições.

Tripulação: 1 homem.

Até a chegada deste novo kit da Roden, o único kit do Gloster Gladiator na escala 1/48 disponível no mercado era fabricado pela Lindbergh, um kit antigo e difícil de achar. O kit da Lindbergh era simples e sem muitos detalhes, de forma que a chegada de um Gladiator "new-tool" no mercado é muito bem vinda.

Este preview trata do Mk I, o primeiro dos Gladiators lançado pela Roden, que promete ainda um Gladiator Mk II com esquis e um Sea Gladiator.

O kit possui 89 peças moldadas em plástico cinza claro e 5 peças transparentes. As grades apresentam algumas poucas rebarbas, mas nada difícil de remover. O detalhamento é bom, com linhas de painéis em baixo relevo imitando a textura do metal e os pontos com rebites finamente marcados. Existem pequenas marcas de injeção na hélice, que irão requerer o uso de massa e lixa, além de grandes marcas de injeção no interior do cockpit, que darão um pouco mais de trabalho para serem removidas. Linhas de fluxo do processo de moldagem podem ser vistas nas asas e na fuselagem, mas estas deverão desaparecer, após a aplicação da primeira camada de tinta.

Os pontos de fixação estão bem marcados, devendo facilitar o encaixe das peças. Algumas peças são bem delicadas - nas árvores C e D existem várias peças assim. Estas grades abrigam as peças do motor, dividido em 26 partes, inclusos aí a hélice, o capô do motor e o filtro de ar. A hélice fornecida neste kit é do tipo bipá, como era comum aos modelos Mk I.

O cockpit é bem feito, com detalhes da estrutura injetados nas laterais internas da fuselagem – um pouco grandes demais, em minha opinião. Um ponto negativo é o assento do piloto, extremamente simples, sem nenhum detalhe – considere a hipótese de substituí-lo. O painel de instrumentos é transparente, de forma que o decal com os instrumentos deve ser aplicado em sua parte posterior.

Um ponto positivo são as superfícies de controle (flaps), que vem em separado, possibilitando sua montagem em diferentes posições. Outro aspecto interessante é a estrutura da carlinga. A mesma vem em três peças separadas, possibilitando sua montagem aberta ou fechada. Os frames estão bem destacados, o que facilita a sua pintura.

As instruções de montagem, divididas em 16 etapas, são claras e fáceis de seguir. A montagem do kit inicia-se pelo motor, vindo em seqüência o cockpit, a fuselagem, as asas e finalmente, trem de pouso e pequenas peças finais.

O kit vem com decais para 5 Gladiators, incluindo aí decais "Dunlop Aircraft Tyres" para os pneus!!! Cada uma das opções vem apresentada em uma página do manual de instruções, com vistas superior, inferior e lateral.