Mig 21 Bis 1/48 Academy

Sidney O. Pagotto Júnior

1. Histórico

O Mikoyan-Gurevich MiG-21, identificado pela OTAN como Fishbed, é um caça originalmente construído pela Mikoyan e Gurevich Design Bureau na União Soviética. É o segundo avião militar mais produzido depois da Segunda Guerra Mundial, depois do Lockheed C-130 Hercules.

 O primeiro protótipo com asa delta (nomeado Ye-4, também conhecido como E-4) fez seu primeiro voô em 14 de Junho de 1956, e em 1959 os Mig-21 entraram em serviço.

1.1 Vida Operacional

O MiG-21 esteve em ação frequente na Guerra do Vietnã e foi um dos aviões mais avançados do seu tempo. Porém, muitos pilotos do Vietnã do Norte preferiam pilotar o MiG-17, devido ao "peso das asas" nos MiG-21. Com um peso grande nas asas, o MiG-21 não era tão ágil ou manobrável como o Mig-17. Tendo suas asas em delta, foi o primeiro avião soviético que servia tanto como caça quanto como interceptador. Era um avião leve, chegando até Mach 2 usando um motor de pós-combustão relativamente fraco, sendo assim comparável ao americano F-104 Starfighter e ao francês Dassault Mirage III. Também foi usado extensivamente nos conflitos no Oriente Médio durante os anos de 60 e 70, pelas forças aéreas do Egito, Síria e Iraque contra Israel. Esse avião era inferior ao F-15 Eagle que foi comprado por Israel nos anos 70.

A força aérea indiana foi um dos maiores usuários deste avião, depois de ser usado na Guerra Indo-Paquistanesa com bons resultados. Essa guerra testemunhou o primeiro combate aéreo supersônico quando um MiG-21 derrubou um F-104 Starfighter.

Esses caças foram usados no começo da Invasão Soviética do Afeganistão mas logo foram substituídos pelos novos MiG-23 e MiG-27.

Devido a falta de informação, detalhes do MiG-21 eram frequentemente confundidos com os caças similares Sukhoi em desenvolvimento.

1.2 Usuários

Afeganistão, Alemanha Oriental, Algéria, Angola, Azerbaijão, Bangladesh, Bulgária, Burkina Faso, Cambodia, China, Congo, Coréia do Norte, Croácia, Cuba, Egito, Eslováquia, Etiópia, Finlândia, Guiné, Hungria, Iêmen, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Laos, Libia, Madagascar, Mali, Moçambique, Mongólia, Myanmar (Burma), Nigéria, Paquistão, Polônia, República Checa, Romênia, Rússia, Sérvia, Síria, Somália, Sri Lanka, Sudão,Tanzânia, Turcomenistão, Uganda, Ucrânia, Vietnã, Zâmbia, Zimbabwe.

2. Opção de pintura

Decidi que meu kit será um Mig-21 Bis da Força Aérea da Croacia. A origem dos Mig-21s croatas é incerta ( http://www.mig-21.de/english/yugoslavia.htm ), porém o esquema de pintura destas aeronaves é similar ao esquema de pintura dos Migs pertencentes à antiga Alemanha Oriental, aqui visto já com as marcações da Lufwaffe, após a unificação das Alemanhas.

Os Migs croatas apresentam uma pintura em tons de verde escuro e marrom escuro sobre azul claro, como pode ser visto nas imagens abaixo:

Estas cores variam de aeronave para aeronave, conforme pode ser visto nesta foto abaixo:

Pode-se observar que não apenas as cores são diferentes, mas também outros detalhes, como a linha divisória entre a camuflagem superior e inferior é diferente, nas duas aeronaves. Mesmo contando com a calcinação da pintura, que tende a clarear as cores, outros detalhes, como o padrão verde/marrom aplicado em odem diferente, serve de alerta para um ponto importante no modelismo: não se prenda a regras e relatos, baseie-se especialmente em fotos!

3. A montagem do kit

Bem, decidi fazer a versão croata do Mig 21 após ganhar os decais da folha Aeromaster 48 242, de meu amigo Edney Pin:

De forma a "aditivar" o kit, adquiri um set de cockpit da Aires, que é muito bom.

O kit em geral é bom, com linhas dos paineis em baixo relevo e bons detalhes. O cockpit, um pouco simples demais da conta, foi substituido pelo cockpit em resina da Aires, que vem com diversos acessórios em fotogravura.

Pesquisando sobre este kit na internet, descobri que o kit, descrito pela Academy como um Mig-21 MF, na verdade é um Mig-21 Bis. No fórum da FineScale Modeler há uma discussão sobre isto:

http://www.finescale.com/FSM/CS/forums/39871/ShowPost.aspx 

A diferença mais visível é o prolongamento da carenagem de instrumentos, no dorso do avião, que no caso do Mig 21 Bis se prolonga um pouco mais, como é no kit da Academy.

Para a pintura do cockpit, utilizei minhas referências:

- Mig-21 Fishbed in Color;

- Fighting Colors, Squadron/Signal Publications;

- Mig 21 - 4+ Publications; e

- artigos coletados na internet.

Com base nas cores das fotos, fiz a mistura das cores misturando tintas Gunze Sangio, chegando ao Pagotto´s verde-azulado do cockpit do Mig 21! Segue foto da referência, da tinta e do cockpit pintado.

O canopi foi mascarado e pintado com o tal primer verde-azulado, de forma que a cor dos frames, olhando por dentro do acnopi, fosse idêntica à do cockpit:

Um peso foi colado ao bico do avião, para que ele pudesse parar na posição certa:

De acordo com as referências, as superfícies internas pintadas em cinza:

Minhas pesquisas indicaram que era utilizado um tom de cinza médio. Pintei com um cinza automotivo (Aerotech). As rodas e cone frontal foram pintados no tom verde escuro, utilizando tinta Aerotech.

O assento, em resina, foi pintado com tintas Gunze, sendo adicionados alguns acessários em fotogravura. Após pintado o cockpit e seus detalhes, fiz um teste de encaixe a seco, para ver se estava tudo ok.

Após algumas seções de putty, lixa e primer, dei-me por satisfeito e dei uma demão de primer da Mr. Surface da Gunze no kit inteiro. Após uma lixadinha de leve, para reduzir a rugosidade, apliquei a camuflagem nele: verde e marrom em cima, cinza azulado em baixo, detalhes em um tom de verde no cone e no bocal de entrada de ar e nos estabilizadores traseiros.

A seguir, uma nova lixadinha (leve), polimento e escurecimento do baixo relevo. Para isto, usei tinta acrílica Acrilex marrom queimado, diluida em água e com uma gotinha de detergente, para escorrer melhor. 

Apliquei então os decais, após aplicar um verniz automotivo brilhante apenas nas regiões onde eles seriam aplicados. Instalei as portas do trem de pouso, assim como os amortecedores, trem de pouso, tanque de combustível ventral e o armamento.

Algumas dicas finais:

- o kit possui pequenas antenas bem abaixo da entrada de ar dianteira e acima do estabilizador traseiro. São frágeis, sendo praticamente impossível tirar as emendas nestes locais com elas. Assim, ao colar a fuselagem, removi-as com uma lixa e fiz furos nos locais. Após lixar e sumir com as emendas, retoquei os furos e, ao final da montagem, colei pequenos pinos feitos de sprue, pintando-os na cor do local;

- é impossível instalar o tanque ventral com o freio aerodinâmico totalmente aberto. Como queria deixa-lo aberto mas acho o tanque parte importante do visual final do avião, diminui o tamanho do amortecedor que mantem o freio aberto, de forma a deixa-lo semi-aberto e permitir, assim, a instalação do tanque de combustível ventral.

Bem, é isto. Este é o primeiro jato que monta em muitos anos, e fiquei satisfeito com o resultado - tão satisfeito que comprei um Mig-19 da Trumpeter.... ;c)

Seguem as fotos do modelo finalizado.