Ki-61 - Versões & kits
A história do Ki-61 começa quando os japoneses começaram a analisar o que acontecia na Europa e resolveram seguir a receita. O estudo japonês para um interceptador envolveu a avaliação do Me-109E, um P-40 capturado, o Ki-44 e o Ki-60, que era a solução apresentada pela Kawasaki, este tinha desde o inicio tanques auto selantes, blindagem e, principalmente, um motor refrigerado a liquido, mas foi cancelado por que não atingiu o desempenho esperado e tinha asas com menos área, o que diminuia a manobrabilidade, mas deveria ter aumentado a velocidade e a capacidade de ascensão.
No pacote alemão tambem estava o motor DB-601, que foi fabricado no Japão pela Kawasaki recebendo o nome de Ha-40, e deveria equipar não só o Ki-60, como tambem outros aviões, como o D4Y Judy, um dos mais elegantes bombardeiros de mergulho produzidos durante a guerra.
Com o fracasso do Ki-60 a Kawasaki se dedicou ao Ki-61, que era uma alternativa menos radical, esse era mais leve e tinha quase todas as características do Ki-60, mas com asa de grande área que quase todos os caças japoneses tinham, então ele tinha uma manobrabilidade consideravelmente melhor que o Ki-60, com uma velocidade até superior!!
Muita gente fala que o Ki-61 tem forte influencia do Me-109, mas se analizarmos ele tem muito mais a ver com o He-100, a principal e notavel diferença são as asas, as do He-100 eram bem menores, tipicas da filosofia alemã. Inclusive alguns He-100 foram fornecidos ao Japão para avaliação.
O KI-61 você pode dividir em dois grupos principais, os de fuselagem curta:
Ki-61-I-Ko Bequilha (roda traseira da fuselagem) escamoteável, duas metralhadoras de 7.7 mm ( equivalentes japonesas as .30 ) nas asas e duas de 12.7 mm ( equivalentes japonesas as .50 americanas ) no nariz.
Ki-61-I-Otsu
Sem bequilhas retráteis e as metralhadoras das asas passaram a ser de 12.7 mm.
Os com fuselagem mais longa em 19 cm, para acomodar modificações feitas no motor:
Ki-61-I-Hei
A primeira versão "longa" do Ki-61-I, equipado com canhões de 20 mm MG 151/20 nas asas.
Ki-61-I-Tei
Duas metralhadoras de 12.7 mm nas asas,provisão para canhões japoneses de 20 mm no nariz.
Reparei que existe diferença entre os kits da Hasegawa, os que representam as versões Ko e Otsu tem possibilidade de montar com a bequilha escamoteável, enquanto os Hei e Tei, não vem com essa possibilidade, nunca tive os dois para comparar se refletem a diferença de comprimento, que na escala 1/48 ficaria em torno de 2-3 mm.
Ki-61-I- w.c.e.s.
Versão experimental, com mecanismo de refrigeração baseado na evaporação nas asas, como no He-100.
Ki-61-II ou Kai (Segunda geração do Hien ) Versão melhorada, com novo motor, uma evolução do motor original, com melhor desempenho em altitude, se o motor original derivava do DB-601 esse seria um meio termo entre ele e o DB-605, mas a fabrica foi destruida e por isso ficaram várias fuselagens sem motor, e é ai que começa a história do Ki-100.
KI-100
Fuselagem do KI-61-II com motor radial, consderado o melhor Hien em combate, o motor radial era uma evolução do motor que equipava os D3A1 Val, esse mesmo motor foi sugerido para equipar o Zero em 1943, mas por influência da Nakagima isso só foi ocorrer no final de 1944, inicio de 1945, o que deu origem ao Zero A6M8, que teria sido o melhor Zero já produzido, com real capacidade de enfrentar o Hellcat, mas isso é outra história.
Ki-100 Ia Versão revisada para ser equipada com motor radial, capota bolha e fuselagem mais longa.
Se você monta 1/48, a Hasegawa tem a maioria das versões, a fuselagem dos Ki-61 I é quase igual, o que muda é a previsão ou não de bequilha escamoteável, muda também um detalhe ou outro nas asas, mas o que faz mais diferença são as marcações... Agora se você quer um Ki-61 II eu só conheço o antigo kit da Tamiya, que é 1/50.
Outra alternativa para fazer o Ki-61 é o kit da ARII/Otaki, um kit honesto e muito além do tempo dele, é dos anos 70, esse kit é uma mistura, tem a fuselagem mais curta que o kit da Hasegawa, o que o capacitaria para ser um Otsu ou Ko, mas não tem a opção de bequilha escamoteável, então fica sendo um Otsu, mas a maioria das opções de decalque que vem no kit são de modelos do final da guerra, o que caraterizaria um Hei ou Tei. Mas veja bem, tirando a questão da bequilha escamoteável, que exigiria uma cirurgia no kit, e detalhes nas asas, se pode montar sem medo qualquer Ki-61 com ele. Mas nenhum dos kits, ARII ou Hasegawa, representa de forma absolutamente fiel as versões do Ki-61-I.
Uma possibilidade interessante para usar kits da ARII, que são os mais baratinhos, é fazer o KI-61 III combinando kits.
Usando uma analogia, se combinar o kit do Ki-100 da Hasegawa com algum Ki-61 deve dar para fazer o KI-61-II, mas por um custo meio alto.
Abaixo os profiles do Ki-60 e das principais versões do Ki-61:
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